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Município inicia discussão sobre políticas públicas para população em situação de rua 2rd51

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27/02/2025 10h47 - Atualizado há 2 meses

Reabertura do Centro POP é discutida em Rio do Sul

Prefeitura de Rio do Sul

A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social de Rio do Sul deve reabrir o Centro POP, unidade pública que oferece serviços a pessoas em situação de vulnerabilidade social que recentemente foi fechado no município. A decisão foi comunicada pela secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Maria Helena Zimmermann, a Kika, em reunião na tarde desta terça-feira (26), com representantes do legislativo, secretarias municipais e Ministério Público.

O local do Centro POP está em discussão, assim como a data de reativação. Segundo a secretária Kika, a estrutura terá papel fundamental para servir de e para as equipes realizarem o trabalho de acolhimento, acompanhamento e busca pela ressocialização do morador de rua através da abordagem social. Questões como o auxílio para documentação, encaminhamento para as famílias, internação de casos clínicos específicos e a ressocialização no mercado de trabalho são serviços que podem ser oferecidos no Centro POP.

Em levantamento atualizado pela secretaria neste início de ano, há registro de pelo menos 50 moradores em situação de rua na cidade, dos quais 22 têm vínculo familiar em Rio do Sul. Kika ressalta que a equipe atua no trabalho de abordagem social, mas que há barreiras com relação a situações diversas como uso de álcool e drogas, falta de leitos hospitalares para internação para tratamento químico e outros aspectos ligados a segurança pública, abandono de famílias, abandono de residências que podem ser invadidas e a legislação vigente.

“Nós precisamos criar esforços de atendimento destas pessoas que tem familiares em Rio do Sul no sentido de um acolhimento e que elas possam tomar o seu caminho. E por isso estamos buscando experiências e a parceria de todos os grupos para termos êxito no trabalho”, comentou Kika.

O secretário de Saúde do município, Cláudio Azevedo da Silva, informou que deve haver uma atualização sobre a disponibilidade de leitos hospitalares para internação e tratamento de dependentes químicos, porém há barreiras como o orçamento da secretaria e a capacidade em virtude da demanda. Esta demanda está sendo avaliada e poderá ter novas informações em alguns dias.

Outro trabalho que deve ser aplicado em breve no município é um espaço junto à rodoviária onde haverá a presença de agentes de Assistência Social para abordagem de pessoas que chegam em Rio do Sul e que são moradores em situação de rua encaminhado de outras cidades. A ideia é realizar um teste temporário para entender esse fluxo e, se necessário, responsabilizar judicialmente municípios que enviam pessoas sem qualquer critério para outros destinos.

Exemplo da cidade de Navegantes

A secretária de Assistência Social da cidade de Navegantes, Luciane Bittencourt, participou da reunião e deu detalhes sobre o trabalho realizado na cidade com relação à população em situação de rua. Ela explicou que o desafio é contínuo e uma realidade de todas as cidades, mas é baseado em um trabalho coletivo, estabelecido por um conselho municipal com serviço público, entidades, associações e a sociedade civil organizada.

“Temos uma política local nova em relação a isso com uma participação expressiva da sociedade na discussão e participação que assegure direitos, deveres e atendimento de necessidades sociais e da cidade como um todo. O trabalho é contínuo, de abordagem social, de acompanhamento, de encaminhamento e de muita paciência, mas que causa um resultado em longo prazo importante”, destacou.

População deve evitar dar esmolas

O grupo debateu ainda formas de incentivar a comunidade a não realizar doações em dinheiro para moradores de rua, prática que, segundo especialistas em assistência social, apesar de bem-intencionada, não resolve o problema da vulnerabilidade social.

Outro ponto mencionado é que, em muitos casos, o dinheiro recebido pode ser usado para sustentar vícios, como alcoolismo e dependência química.

A secretária Kika adianta que para contribuir de forma mais eficaz, é recomendável apoiar instituições que oferecem e estruturado, como moradia temporária, cursos profissionalizantes e atendimento psicológico.

A Secretaria de Assistência Social e outros órgãos trabalham para oferecer e adequado à população de rua, seja com acolhimento e encaminhamentos para serviços de saúde e apoio psicológico e até mesmo emprego através do PEAD. “Quando as pessoas recebem esmolas, podem acabar rejeitando esse tipo de assistência, o que dificulta a reintegração social e o o a programas que poderiam realmente transformar suas vidas”, ressalta Kika.